sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Medo

labirinto


Sinto

Sinto fome e frio
Falta de um aconchego
Freireano
Uma idéia radical
Nietzschiana
Um beijo amargo de
Gregório!

Sinto a falta da loucura
De Van Gogh
As explicações de
Freud
O abstracionismo geométrico
De Mondrian

Sinto e não nego o que sinto
Um punhado de tédio
Um gosto azedo
E um pus entalado
Na garganta
Desejando loucamente para ser
Expurgado!

É outro


O tempo é outro
As roupas são outras
As idéias são outras
Nossa como estou deformado
Como estou cansado
Tão jovem e tão velho!
E o romance que não li?
O beijo que não dei?
A transa que almejei?
O tempo é outro
A razão é outra
Mas, a filosofia nietzschiana
Paira sobre estes homens do agora
E com tantos efeitos produzidos
Vejo que a cada tempo
Que o tempo passa
Resta-me apenas antes desse crepúsculo
Do ser de pelancas e ossos
A certeza que o tempo é outro!

Descrença


Tenho engolido sapos
Vermes a goela abaixo
Ingerido fezes
Me alimentado de carniças!

Tenho o estômago apodrecido
As vísceras dilaceradas
A estrutura óssea em crepúsculo
Corroída pela osteomalácia vida

Tenho ainda o peito em chagas
Seus músculos enferrujados
 Minhas tetas murchas
Meus sentimentos mortos!

Tenho como todo humano
Vontade de amar e ser amado
Mas, os ratos mijam, roem
Prolifera seu mal!

Tenho adentrado cárceres
Vivido o drama das bactérias parasitas
Lido e escrito dores e lamas
Purgatórios e faustos infernos!

Tenho sofrido as mazelas humanas
A substância química da pólvora
Os distúrbios orgânicos e fisiológicos
Da anatomia cerebral do homem!

Tenho sim, alimentado a ilusão
A filosofia dos homens patéticos
Espectros de uma raça sem nome
A estúpida psicologia da subserviência!

domingo, 2 de janeiro de 2011

Embadeirado

Ignorância



Juntou-se a fome com a gula
O verme com a imbecil bactéria
A podridão junto com a carnificina
Um caixão, féretro e urubus
Sete palmos e a subterrânea terra
Dá-se o trabalho de ingerir
Este crepúsculo chamado homem
Após sua abusiva ignorância terrena!

Decadência - desenho em alto relevo

Fome

Fome

Tenho fome
Fome esta
Que me corrói
O estômago
E me deposita
Em fezes
Tão ressecadas
Como a dura
Incerteza de
Um amanhã
Nutrido!

As pessoas



Como as pessoas fedem
E olha que não é pouco!
São demasiadamente fedidas
Encardidas, enlameadas
Cheiram pior que porcos!
Fezes em acúmulo!

Mas como fedidas e cegas
São as elegantes pessoas
Elas a cada dia mais fedem
E o que deveras ser um banho
Parece mais um comprometer-se
Com o lodo!

Virgem Maria, que sujeira!