domingo, 20 de fevereiro de 2011

Altar da Fé

Uma Entre Muitas

Almejando

Agrudados

Adentrado

Sua origem


Que o espírito homem
Possa degustar as
Suas fezes
Sem sulcos
E não sinta remorsos
De suas venenosas
Interpretações

Que este homem
Seja bicho solto
Prenho de sanidades
Insatisfeito com o ócio
Vomite na decadência
O catarro que o
Asfixia!

Que não seja apenas
Mais uma estrutura
Óssea e carnívora
Que fede a cada instante
Mas, ouse gozar
A estultícia, a veemência
Incolor da sua origem!

Poesia-máquina


A poesia é uma peça de engrenagem
Um parafuso numa porca qualquer
A ferrugem como produto de sua decadência
A carcaça que encobre a metáfora
Que incorpora esta poesia!

A poesia que canto derrete-se em prantos
Não há contra-ferrugem, chaves...
Esta poesia é uma máquina desajustada
O verso apertado contra o peito-realidade
É uma humanidade envelhecida que teima
Em manter-se no rodo-mesmice

Crítica



Cansa a alma
Cansa o corpo
E o bicho homem
Toca a mesmice
Intitulada de vida

Os farelos do ser
Restos de poeira
De uma humanidade
Podre e fedida
Que insiste em ser
Transparente

Hipochoro


Me babam
Cospem comigo
Bebem da mesma urina
E choram sobre
Meu ataúde!

Me assistem
Elaboram projetos
Sonham comigo puses
Comem educadamente
E choram sobre
Meu ataúde!

Me honram
Me lambem as feridas
A mim seguem na glória
E choram sobre
Meu ataúde!

Me oferecem a cadeira
Gozam as letícias
Arrotam os horrores da digestão
Degustam a boa vida
E choram sobre
Meu ataúde!

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Homens

Um olhar

Páginas

Politicagem


Estou fodido
Perdi a graça
À alegria
Esmolo preguiça

Arrasto dores
Quilos de comodismo
Vaidades
Pinto a raiva

Como me cansa
Este mundo virtual
Lixo e facilidades
Pesadelos disfarçados

Cansei de sonhar
A utopia se foi
Me prostituir
E a verdade...

No mundo dos cães
Impera a baba
O velho cabresto
E a política da subserviência!

Podre estrutura

                                                                 O que são os anos?
Pedaços de uma história
Fragmentos retrógrados
Que fragiliza a humanidade
Remédio que adia
As reminiscências de uma
Juventude que se distancia
Que aguça a esperança
De uma velhice sadia
Como se houvesse antídoto tão eficaz
Os anos são nada mais
Que taciturnos micróbios
A dilacerar a podre estrutura humana!

Adentrando o homem

Espremo, espremo
Esta cuca confusa
Troço os neurônios
As células deste corpo
Divido este cérebro
Pinto repinto este homem
Trituro seus ossos
Apodreço estes órgãos
Surpreendo-me com tal sistema
Adentro este coração
No mínimo percorro artérias
Já suguei estes olhos
O cadáver deste corpo
Mas, como fezes
Retorno por este reto
Seco e vácuo!

Lida



Ouço meu cérebro chorar
Máquina seminova a enferrujar
Pouca peça faz-me andar
Mas, impulso diverso faz-me sonhar!

Sonho bom, sonho ruim e vazio
Que tanto serve de alento a este bio
Na desgraçada caminhada a este estio
Tem-me arrastado e me limitado a este fio!

Minúscula fibra deste corpo apodrecido
Vereda, caminho do poeta esquecido
A marcha do tempo, assim a vida tem sido

Uma poesia azeda e cuspida
Uma solidão vácua e ferida
Que os céus não explicam nesta minha lida!

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Estrutura humana



Na minha poesia
O louco chora
A mulher se liberta
O indigente que é gente canta!

Como boa poesia
Enfurecem as rimas
Pinta o branco de diversidade
Embriaga-se nas coxas da palavra!

Esta poesia também chora
Carrega os males de um tempo
Sofre com as chagas da modernidade
Goza como todo e qualquer miserável!

Nesta poesia todos é gente
Comungam as diferenças
Celebram as religiões da decadência
Amam, detestam, mas é gente!

  Como se percebe
A poesia que escrevo
O fodido tem vez
A maria-gasolina tem vez
Todos têm vez!

Apenas, saibam que esta
Poesia sem carne e ossos
Sente e sangra pinta e borda, mas ama!
Ama a estupidez, a ferrugem da sua
Estrutura humana!

Compositor

Faces Humanas