sábado, 7 de abril de 2012

sábado, 31 de dezembro de 2011

Corpo

Compreender a ideia de corpo, é entendê-lo como instrumento basilar de sobrevivência e razão da existência da humanidade, que de longa data utilizou desse instrumento para produzir o trabalho, o qual fez ascendê-la e diferenciá-la dos outros animais. Este elemento essencial e humano é o responsável pela constituição e transformação da humanidade enquanto alavanca que auxilia no desenvolvimento motor, cognitivo e social dessa espécie. O corpo é muito mais do que um conjunto de músculos e ossos interagindo morfofisiologicamente num espaço e tempo cronologicamente estabelecido. Entende-se que o corpo é cheio de significados e portanto produz conhecimento que muita das vezes não é entendido por quem dele faz uso. Não entende que este corpo tem limites, dores, que o mesmo se expressa, dialoga, dentre outros sentidos que lhe são negados enquando partes significativas de um todo. O corpo é formado por partes que se interrelacionam entre si para a constituição de um todo ritmicamente diferente do outro, mas que se constitui na consciência que o eleva a transcender a ideia biomecânica ou cinemática do movimento, inserido no seio social um todo que se fragmenta para atender a demanda que dele se exige; porém,  sem ignorar os significados de cada membro que lhe compoe. Assim  podemos ver este corpo como o instrumento da humanidade que dele faz uso em suas diversas razões, ora como arma de auto destruição, altamente eficiente e capaz de produz um arsenal de insignificâncias do ponto de vista  humanitário, ora assujeitado pela ignorância e pela fome em que o produto final é a decomposição osteomuscular da sua orgânica necessidade. O corpo é o reflexo da ação humana, da sua interação com o meio, das suas intervenções políticas, sociais e econômicas e  a busca cada vez mais contante pelo novo, o que reflete o ser inacabado que todos somos. 


O que é Educação Física

É  o estudo das possibilidades do uso do corpo e de suas ações frente a um contexto sócio-histórico-econômico em que faz uso o ser humano. Estudo este que visa entender o movimento humano na sua amplitude e dinâmica sócio-educativa, compreendo desde a sua fase inicial a fase final do ser humano. Buscando conhecer novas práticas corporais que facilitem o processo em que este ser se insere, cuja manutenção varia, ora para seu desenvolvimento ou para seu entrave. Contudo, a Educação Física ainda está aquém do seu devido valor, pois muitos profissionais ainda se limitam a prática do esporte (e acima de tudo tecnicista) negando ou desconhecendo outras possibilidades que a Educação Física pode oferecer. Acrescido a isto, a sociedade desde o seu uso primeiro ao atual momento, vislumbram na Educação Física apenas um meio de exploração ora do trabalho, ora da imagem que se produz desse trabalho (corpos belos). Assim sendo, a Educação Física embora tenha atendido a lógica de cada período na história e de suas sociedades políticas e economicamente estabelecidades, pouco parece ser de interesse educativo, tanto para a sociedade que burla por meio do discusso midiático, a escola que efetivamente não tem superado a prática obsoleta da “bola”. Percebe-se que a Educação Física tem se constituído à medida que evolui seu estudo, na prática de educar o corpo e na compreensão dos elementos que o envolvem, tais como seu uso, o efeito produzido (imagem), os aspectos políticos, econômicos, sociais e psíquicos. Todavia, isso tem tomado rumos diferentes, associado ao ato de educar a ideia da beleza, do corpo sarado, do prepara-se para a competição, em detrimento a uma consciência corporal, em que o mais importante não é ter um corpo perfeito e sem funcionalidade racional na sociedade, mas compreender a cultura que se desenvolveu e se desenvolve ao longo da sua prática consciente. Com isso, entedede-se que a Educação Física passa a ser compreendida não como a mera discplina ou área de conhecimento em que serve aparentemente como estímulo ou entretenimento para as pessoas, mas entendida e  (re)significada no meio social.

sábado, 9 de julho de 2011

Mergulhado

Estou mergulhado
Nesta fossa humana
Preso as fezes
Depositadas pelo homem
Alimentando-se
De detritos que cato
Pouca lucidez que tenho
Respirando
Compadecendo
Nas cinzentas brasas
Do tição que o tenho
Motivo de sobrevivência
Para este verme
Que de dores
Tão dilacerantes!

Trágico desejo



Como gosto
De adultérios
Seios macios
E doces mistérios

Adentrar a plácida
Ternura feminina
Teu corpo
É minha sina!

Cravar dentes
Corroídos pelo desejo
Transar vísceras
Alimentar o adejo

Desnivelar e velar
Pela minha alma
Gozar a mulher proibida
Suplicar ínfima calma

Como gosto
Do frio e da dor
De pelancas multicores
De raparigas e amor!

Na doce incerteza
Da minha peleja
Vejo esta desgraça
Na trágica cena que se deseja!

Ventre adentrado


                                                                      Tenho defecado
As minhas tristezas
No vaso da
Minha sensatez

Engolido ácidos
De indignação
Sustentado por tripas
E um estômago
Dilacerado

Tenho amado os homens
E traído pelos mesmos
Na paupérrima incerteza
Que deverás ter!

E mesmo no limite humano
Tenho o ventre rasgado
As vísceras expostas
Por estes abutres!