Compreender a ideia de corpo, é entendê-lo como instrumento basilar de sobrevivência e razão da existência da humanidade, que de longa data utilizou desse instrumento para produzir o trabalho, o qual fez ascendê-la e diferenciá-la dos outros animais. Este elemento essencial e humano é o responsável pela constituição e transformação da humanidade enquanto alavanca que auxilia no desenvolvimento motor, cognitivo e social dessa espécie. O corpo é muito mais do que um conjunto de músculos e ossos interagindo morfofisiologicamente num espaço e tempo cronologicamente estabelecido. Entende-se que o corpo é cheio de significados e portanto produz conhecimento que muita das vezes não é entendido por quem dele faz uso. Não entende que este corpo tem limites, dores, que o mesmo se expressa, dialoga, dentre outros sentidos que lhe são negados enquando partes significativas de um todo. O corpo é formado por partes que se interrelacionam entre si para a constituição de um todo ritmicamente diferente do outro, mas que se constitui na consciência que o eleva a transcender a ideia biomecânica ou cinemática do movimento, inserido no seio social um todo que se fragmenta para atender a demanda que dele se exige; porém, sem ignorar os significados de cada membro que lhe compoe. Assim podemos ver este corpo como o instrumento da humanidade que dele faz uso em suas diversas razões, ora como arma de auto destruição, altamente eficiente e capaz de produz um arsenal de insignificâncias do ponto de vista humanitário, ora assujeitado pela ignorância e pela fome em que o produto final é a decomposição osteomuscular da sua orgânica necessidade. O corpo é o reflexo da ação humana, da sua interação com o meio, das suas intervenções políticas, sociais e econômicas e a busca cada vez mais contante pelo novo, o que reflete o ser inacabado que todos somos.
O conhecimento não é fragmentado, tampouco limitado às grades do insustentável
sábado, 31 de dezembro de 2011
O que é Educação Física
É o estudo das possibilidades do uso do corpo e de suas ações frente a um contexto sócio-histórico-econômico em que faz uso o ser humano. Estudo este que visa entender o movimento humano na sua amplitude e dinâmica sócio-educativa, compreendo desde a sua fase inicial a fase final do ser humano. Buscando conhecer novas práticas corporais que facilitem o processo em que este ser se insere, cuja manutenção varia, ora para seu desenvolvimento ou para seu entrave. Contudo, a Educação Física ainda está aquém do seu devido valor, pois muitos profissionais ainda se limitam a prática do esporte (e acima de tudo tecnicista) negando ou desconhecendo outras possibilidades que a Educação Física pode oferecer. Acrescido a isto, a sociedade desde o seu uso primeiro ao atual momento, vislumbram na Educação Física apenas um meio de exploração ora do trabalho, ora da imagem que se produz desse trabalho (corpos belos). Assim sendo, a Educação Física embora tenha atendido a lógica de cada período na história e de suas sociedades políticas e economicamente estabelecidades, pouco parece ser de interesse educativo, tanto para a sociedade que burla por meio do discusso midiático, a escola que efetivamente não tem superado a prática obsoleta da “bola”. Percebe-se que a Educação Física tem se constituído à medida que evolui seu estudo, na prática de educar o corpo e na compreensão dos elementos que o envolvem, tais como seu uso, o efeito produzido (imagem), os aspectos políticos, econômicos, sociais e psíquicos. Todavia, isso tem tomado rumos diferentes, associado ao ato de educar a ideia da beleza, do corpo sarado, do prepara-se para a competição, em detrimento a uma consciência corporal, em que o mais importante não é ter um corpo perfeito e sem funcionalidade racional na sociedade, mas compreender a cultura que se desenvolveu e se desenvolve ao longo da sua prática consciente. Com isso, entedede-se que a Educação Física passa a ser compreendida não como a mera discplina ou área de conhecimento em que serve aparentemente como estímulo ou entretenimento para as pessoas, mas entendida e (re)significada no meio social.
sábado, 9 de julho de 2011
Mergulhado
Estou mergulhado
Nesta fossa humana
Preso as fezes
Depositadas pelo homem
Alimentando-se
De detritos que cato
Pouca lucidez que tenho
Respirando
Compadecendo
Nas cinzentas brasas
Do tição que o tenho
Motivo de sobrevivência
Para este verme
Que de dores
Tão dilacerantes!
Trágico desejo
Como gosto
De adultérios
Seios macios
E doces mistérios
Adentrar a plácida
Ternura feminina
Teu corpo
É minha sina!
Cravar dentes
Corroídos pelo desejo
Transar vísceras
Alimentar o adejo
Desnivelar e velar
Pela minha alma
Gozar a mulher proibida
Suplicar ínfima calma
Como gosto
Do frio e da dor
De pelancas multicores
De raparigas e amor!
Na doce incerteza
Da minha peleja
Vejo esta desgraça
Na trágica cena que se deseja!
Ventre adentrado
Tenho defecado
As minhas tristezas
No vaso da
Minha sensatez
Engolido ácidos
De indignação
Sustentado por tripas
E um estômago
Dilacerado
Tenho amado os homens
E traído pelos mesmos
Na paupérrima incerteza
Que deverás ter!
E mesmo no limite humano
Tenho o ventre rasgado
As vísceras expostas
Por estes abutres!
quarta-feira, 13 de abril de 2011
domingo, 20 de março de 2011
domingo, 20 de fevereiro de 2011
Sua origem
Que o espírito homem
Possa degustar as
Suas fezes
Sem sulcos
E não sinta remorsos
De suas venenosas
Interpretações
Que este homem
Seja bicho solto
Prenho de sanidades
Insatisfeito com o ócio
Vomite na decadência
O catarro que o
Asfixia!
Que não seja apenas
Mais uma estrutura
Óssea e carnívora
Que fede a cada instante
Mas, ouse gozar
A estultícia, a veemência
Incolor da sua origem!
Poesia-máquina
A poesia é uma peça de engrenagem
Um parafuso numa porca qualquer
A ferrugem como produto de sua decadência
A carcaça que encobre a metáfora
Que incorpora esta poesia!
A poesia que canto derrete-se em prantos
Não há contra-ferrugem, chaves...
Esta poesia é uma máquina desajustada
O verso apertado contra o peito-realidade
É uma humanidade envelhecida que teima
Em manter-se no rodo-mesmice
Crítica
Cansa a alma
Cansa o corpo
E o bicho homem
Toca a mesmice
Intitulada de vida
Os farelos do ser
Restos de poeira
De uma humanidade
Podre e fedida
Que insiste em ser
Transparente
Hipochoro
Me babam
Cospem comigo
Bebem da mesma urina
E choram sobre
Meu ataúde!
Me assistem
Elaboram projetos
Sonham comigo puses
Comem educadamente
E choram sobre
Meu ataúde!
Me honram
Me lambem as feridas
A mim seguem na glória
E choram sobre
Meu ataúde!
Me oferecem a cadeira
Gozam as letícias
Arrotam os horrores da digestão
Degustam a boa vida
E choram sobre
Meu ataúde!
sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011
Politicagem
Estou fodido
Perdi a graça
À alegria
Esmolo preguiça
Arrasto dores
Quilos de comodismo
Vaidades
Pinto a raiva
Como me cansa
Este mundo virtual
Lixo e facilidades
Pesadelos disfarçados
Cansei de sonhar
A utopia se foi
Me prostituir
E a verdade...
No mundo dos cães
Impera a baba
O velho cabresto
E a política da subserviência!
Podre estrutura
O que são os anos?
Pedaços de uma história
Fragmentos retrógrados
Que fragiliza a humanidade
Remédio que adia
As reminiscências de uma
Juventude que se distancia
Que aguça a esperança
De uma velhice sadia
Como se houvesse antídoto tão eficaz
Os anos são nada mais
Que taciturnos micróbios
A dilacerar a podre estrutura humana!
Adentrando o homem
Espremo, espremo
Esta cuca confusa
Troço os neurônios
As células deste corpo
Divido este cérebro
Pinto repinto este homem
Trituro seus ossos
Apodreço estes órgãos
Surpreendo-me com tal sistema
Adentro este coração
No mínimo percorro artérias
Já suguei estes olhos
O cadáver deste corpo
Mas, como fezes
Retorno por este reto
Seco e vácuo!
Lida
Ouço meu cérebro chorar
Máquina seminova a enferrujar
Pouca peça faz-me andar
Mas, impulso diverso faz-me sonhar!
Sonho bom, sonho ruim e vazio
Que tanto serve de alento a este bio
Na desgraçada caminhada a este estio
Tem-me arrastado e me limitado a este fio!
Minúscula fibra deste corpo apodrecido
Vereda, caminho do poeta esquecido
A marcha do tempo, assim a vida tem sido
Uma poesia azeda e cuspida
Uma solidão vácua e ferida
Que os céus não explicam nesta minha lida!
domingo, 6 de fevereiro de 2011
Estrutura humana
Na minha poesia
O louco chora
A mulher se liberta
O indigente que é gente canta!
Como boa poesia
Enfurecem as rimas
Pinta o branco de diversidade
Embriaga-se nas coxas da palavra!
Esta poesia também chora
Carrega os males de um tempo
Sofre com as chagas da modernidade
Goza como todo e qualquer miserável!
Nesta poesia todos é gente
Comungam as diferenças
Celebram as religiões da decadência
Amam, detestam, mas é gente!
Como se percebe
A poesia que escrevo
O fodido tem vez
A maria-gasolina tem vez
Todos têm vez!
Apenas, saibam que esta
Poesia sem carne e ossos
Sente e sangra pinta e borda, mas ama!
Ama a estupidez, a ferrugem da sua
Estrutura humana!
sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
Sinto
Sinto fome e frio
Falta de um aconchego
Freireano
Uma idéia radical
Nietzschiana
Um beijo amargo de
Gregório!
Sinto a falta da loucura
De Van Gogh
As explicações de
Freud
O abstracionismo geométrico
De Mondrian
Sinto e não nego o que sinto
Um punhado de tédio
Um gosto azedo
E um pus entalado
Na garganta
Desejando loucamente para ser
Expurgado!
É outro
O tempo é outro
As roupas são outras
As idéias são outras
Nossa como estou deformado
Como estou cansado
Tão jovem e tão velho!
E o romance que não li?
O beijo que não dei?
A transa que almejei?
O tempo é outro
A razão é outra
Mas, a filosofia nietzschiana
Paira sobre estes homens do agora
E com tantos efeitos produzidos
Vejo que a cada tempo
Que o tempo passa
Resta-me apenas antes desse crepúsculo
Do ser de pelancas e ossos
A certeza que o tempo é outro!
Descrença
Tenho engolido sapos
Vermes a goela abaixo
Ingerido fezes
Me alimentado de carniças!
Tenho o estômago apodrecido
As vísceras dilaceradas
A estrutura óssea em crepúsculo
Corroída pela osteomalácia vida
Tenho ainda o peito em chagas
Seus músculos enferrujados
Minhas tetas murchas
Meus sentimentos mortos!
Tenho como todo humano
Vontade de amar e ser amado
Mas, os ratos mijam, roem
Prolifera seu mal!
Tenho adentrado cárceres
Vivido o drama das bactérias parasitas
Lido e escrito dores e lamas
Purgatórios e faustos infernos!
Tenho sofrido as mazelas humanas
A substância química da pólvora
Os distúrbios orgânicos e fisiológicos
Da anatomia cerebral do homem!
Tenho sim, alimentado a ilusão
A filosofia dos homens patéticos
Espectros de uma raça sem nome
A estúpida psicologia da subserviência!
domingo, 2 de janeiro de 2011
Ignorância
Juntou-se a fome com a gula
O verme com a imbecil bactéria
A podridão junto com a carnificina
Um caixão, féretro e urubus
Sete palmos e a subterrânea terra
Dá-se o trabalho de ingerir
Este crepúsculo chamado homem
Após sua abusiva ignorância terrena!
Fome
Fome
Tenho fome
Fome esta
Que me corrói
O estômago
E me deposita
Em fezes
Tão ressecadas
Como a dura
Incerteza de
Um amanhã
Nutrido!
As pessoas
Como as pessoas fedem
E olha que não é pouco!
São demasiadamente fedidas
Encardidas, enlameadas
Cheiram pior que porcos!
Fezes em acúmulo!
Mas como fedidas e cegas
São as elegantes pessoas
Elas a cada dia mais fedem
E o que deveras ser um banho
Parece mais um comprometer-se
Com o lodo!
Virgem Maria, que sujeira!
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